Governo de Minas rompe outro acordo de leniência, agora com a antiga OAS; construtora pagará R$ 97,6 milhões
Esse é o segundo acordo de leniência relativo às obras da Cidade Administrativa e em obras da Cemig rompido pelo Governo de Minas. Em julho do ano passado, o...
Esse é o segundo acordo de leniência relativo às obras da Cidade Administrativa e em obras da Cemig rompido pelo Governo de Minas. Em julho do ano passado, o Executivo também cancelou o pacto com a Andrade Gutierrez. Acordo era relativo a fraudes na construção da Cidade Administrativa, sede do governo de Minas Gerais, e em obras da Cemig. Danilo Girundi / TV Globo O Governo de Minas Gerais publicou no Diário Oficial desta quarta-feira (8) a rescisão do acordo de leniência firmado com a Construtora Coesa S/A, antiga OAS S/A, relativo a fraudes na construção da Cidade Administrativa e em obras da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), entre 2008 e 2010. Com a rescisão, a construtora deverá pagar aproximadamente R$ 97,6 milhões, considerando multas, lucros obtidos de forma irregular e danos morais coletivos. Segundo a Controladoria-Geral do Estado (CGE), a empresa descumpriu cláusulas previstas no pacto, firmado para apurar irregularidades em contratos públicos e recuperar valores desviados. Dos R$ 97,6 mi, cerca de R$ 81,8 milhões serão destinados ao Tesouro Estadual, R$ 8,9 milhões à Cemig e R$ 6,8 milhões ao Ministério Público do Estado de Minas Gerais (MPMG). Esse total inclui atualização monetária e multas por atraso. Cemig (foto ilustrativa) Cemig/Divulgação Outras punições Além do pagamento integral, a empresa fica proibida de firmar contratos com o poder público ou receber benefícios fiscais por cinco anos. A construtora também será incluída no Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP) e fica impedida de celebrar novos acordos de leniência pelos próximos três anos. O acordo de leniência foi assinado em novembro de 2022 e previa que a empresa ressarcisse R$ 42,7 milhões aos cofres públicos em 19 anos. O pacto permitia à construtora a isenção de sanções e a redução de multas em troca da colaboração com investigações. O governo argumentou que um processo administrativo comprovou que houve descumprimento por parte da empresa. Com o rompimento, os benefícios foram anulados. A CGE indicou que medidas administrativas e judiciais podem ser retomadas para responsabilizar a empresa por outras práticas ilícitas. O caso foi conduzido pela CGE, em parceria com a Advocacia-Geral do Estado (AGE) e o MPMG. O governo de Minas disse que o acordo de leniência foi declarado rescindido nesta segunda-feira (6). "A decisão se deu em razão do inadimplemento das obrigações previstas na Cláusula 12.1 e 12.1.1 do Instrumento, ou seja, da não constituição e outorga de garantias no prazo acordado. Isso porque, nos acordos de leniência, quando há parcelamento das obrigações financeiras, exige-se que a empresa apresente um ativo em garantia, protegendo o Estado em caso de não pagamento", disse o estado em nota. A rescisão do acordo, segundo o governo de Minas, "não prejudica o uso das provas apresentadas pela então colaboradora no âmbito dos processos instaurados para apurar a responsabilidade das demais empresas envolvidas nos ilícitos relatados". A construtora ainda pode recorrer da decisão. A reportagem entrou em contato com a construtora e aguarda retorno. Prédio Minas da Cidade Administrativa de Minas Gerais (foto ilustrativa) Danilo Girundi/ TV Globo Segundo acordo rompido Esse é o segundo acordo de leniência relativo às obras da Cidade Administrativa rompido pelo Governo de Minas, de três assinados. Em julho do ano passado, o governo também cancelou o pacto com a Andrade Gutierrez. O contrato, firmado em 2021, previa o pagamento de R$ 128,9 milhões ao estado devido a fraudes em obras da Cidade Administrativa e da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) no período entre 2004 e 2011. A revogação do processo, segundo o governo, aconteceu porque a Andrade Gutierrez não cumpriu o acordo, e o pagamento das parcelas foi feito com atraso. A Cidade Administrativa começou a ser construída em 2007 e foi inaugurada em 4 de março de 2010. A obra já foi alvo de investigações anteriores, de órgãos como o Ministério Público e a Polícia Federal. Vídeos mais assistidos do g1 MG