cover
Tocando Agora:

Representatividade: conheça as quatro mulheres trans que tomaram posse como vereadoras no Sul de Minas

Parlamentares assumiram cadeiras em São João Batista do Glória, Piranguinho, Ipuiúna e Santo Antônio do Amparo. Quatro mulheres trans foram eleitas veread...

Representatividade: conheça as quatro mulheres trans que tomaram posse como vereadoras no Sul de Minas
Representatividade: conheça as quatro mulheres trans que tomaram posse como vereadoras no Sul de Minas (Foto: Reprodução)

Parlamentares assumiram cadeiras em São João Batista do Glória, Piranguinho, Ipuiúna e Santo Antônio do Amparo. Quatro mulheres trans foram eleitas vereadoras no Sul de Minas Na primeira eleição municipal que os candidatos informaram a identidade de gênero no registro da candidatura, a região do Sul de Minas, elegeu quatro das seis mulheres trans que tomaram posse como vereadoras em Minas Gerais. Veja quem são: 📲 Participe do canal do g1 Sul de Minas no WhatsApp Gleds Fonseca, Marcella Lins, Bruna Franco e Francine Corsi são as mulheres trans que foram eleitas vereadoras no Sul de Minas Reprodução EPTV Em São João Batista do Glória, pela primeira vez na história uma mulher trans foi eleita para um cargo público. Ela é Gleds Fonseca, que concorreu com o nome Gleds da Casa Glória (Avante) e recebeu 162 votos (3,22%) em sua primeira candidatura. Chegar ao cargo de vereadora era um sonho de Gleds que diz que irá lutar por oportunidades iguais para a comunidade LGBTQIA+. Gleds Fonseca ou Gleds da Casa Glória (Avante) foi a primeira mulher trans eleita em São João Batista do Glória Reprodução EPTV “Eu vou lutar pelo LGBT+. Não que eu não vá fazer pelas outras causas que eu me propus a trabalhar. Vou fazer para todas as áreas. Porém, eu vou focar um pouco mais nessa questão para que evite esse negócio de suicídio, depressão, para que todos os gays, lésbicas e trans possam mostrar para a sociedade o que eles são, que eles não têm que viver conforme a sociedade quer, eles têm que viver para eles e viver bem”, afirmou. Após a eleição, Gleds foi além e foi nomeada secretária da mesa diretora da Câmara de Vereadores de São João Batista do Glória. A placa, que ainda ostenta o nome “secretário” porque o município nunca teve uma mulher que ocupasse a posição, logo será mudada. “Eu me propus a trabalhar para o povo e com o povo. Onde o meu povo precisar, eu vou estar junto com eles. Para mim é uma honra muito grande”, disse. Marcella Lins (PSD) foi a única mulher eleita entre 11 vereadores e uma das quatro mulheres trans eleitas no Sul de Minas Reprodução EPTV Em Santo Antônio do Amparo, Marcella Lins (PSD) foi a única mulher eleita entre 11 vereadores, com 300 votos (2,98%), o que a encheu de orgulho. “Nós mulheres trans vamos continuar ocupando os espaços”, afirmou. Bruna Franco foi eleita co-vereadora em Piranguinho e uma das seis mulheres trans eleitas em Minas Gerais Reprodução EPTV Em Piranguinho, Bruna Franco foi eleita co-vereadora como parte do mandato coletivo Vanessa do Há Braços de Luta (PT), que recebeu 136 votos (2,48%). “Nós deveremos sim ocupar todos os espaços que nos cabem e que queremos estar”, declarou. Francine Corsi foi eleita vereadora em Ipuíuna e uma das seis mulheres trans eleitas em Minas Gerais Reprodução EPTV Os eleitores de Ipuiúna também elegeram uma mulher trans, a vereadora Francine Corse (PSD) recebeu 417 votos (6,98%). “É uma oportunidade única para que juntos possamos fazer uma política mais igualitária, para que todos os públicos tenham seus direitos garantidos, seja eles trans, héteros, independentes de gênero, religião”, afirmou. Na avaliação da socióloga Maria do Carmo Oliveira, a representatividade na política avançou nos últimos anos, mas ainda enfrenta grandes desafios. “O estereótipo, o preconceito já existente que vem se perpetuando cria um impasse de automaticamente serem as pessoas excluídas da nossa sociedade. A gente percebe que a inclusão delas no mercado de trabalho tem diversas barreiras que possam dificultar a entrada de uma experiência profissional, intelectual, social. Isso está altamente ligado à identidade de gênero, identidade de várias diversidades, orientação sexual, e a gente percebe que essa empatia dentro da sociedade quase que não existe”, afirmou. A especialista acredita que a mudança desta realidade depende de uma união entre a sociedade e o poder público. “A primeira parte seria a empatia, o entendimento do que são essas comunidades trans. Políticas públicas de inclusão social, digital, econômica e cultural também. E, a partir do momento que eu entendo essa comunidade, como que eles são, são cidadãos de respeito, a gente pode se tornar uma sociedade mais justa e inclusiva”, afirmou. Para a cabelereira Vanessa Almeida Reis, que trabalhou na campanha de Gleds, a eleição dele é a prova de que passos importantes estão sendo dados para a mudança dessa realidade e que portas estão sendo abertas para a representatividade. “Eu sendo mãe de um filho gay, achei muito interessante porque ela abriu portas, porque ainda nós vivemos com preconceito. Então, eu achei muito importante para nós aqui da cidade, ela estar representando essas pessoas na câmara”, afirmou. Veja mais notícias da região no g1 Sul de Minas